de Luís Francisco Rebello
Depois de a vida lhes ter tirado tudo, “amor, confiança, coragem”, não vendo nenhuma solução para a sua miséria, um jovem casal decide suicidar-se, dizendo não a uma vida que não traria futuro ao filho que em breve iria nascer.
Depois da morte, são julgados e acusados de traição por não terem feito “do próprio desespero uma razão para lutar”
As cenas retrospectivas e as visões de acontecimentos que não ocorreram porque as personagens com a sua desistência os impediram, a introdução de personagens hipotéticas pautam a noite que conduzira ao “dia seguinte” e ao fim de “tudo o que foi e tudo o que não chegou a ser...tudo o que nunca será...”.
Deste modo, o “dia seguinte” a que alude o título da peça, não é apenas o primeiro dia da morte dos seus protagonistas, mas o primeiro dia da vida que eles não souberam ou não lhes pareceu possível viver.